domingo, 8 de dezembro de 2013

SALLY NÃO PODE DANÇAR

Assim que saiu do sono Sally não sabia mais dançar
misturada que estava e ainda seria talhada de anfetamina e amnésia
há poucas horas escapara da parada integralista que ocupava
st. marks place e a praça da sé sob seus sapatos
poderia ser 1984, poderia ser 1934, poderia ser de fato
um sonho without place avec un reve deplacé
mas a sanha de Sally acenando a saudação anauê
selara uma lista de nomes conhecidos à festa que fomos
saldara um levante seletivo de ressentidos neurônios
dentre eles plínio salgado, lou reed (seu pai sagrado)
lembrança do laquê nauseante de um show da beyoncé
aspergido de perto e escorrendo do rosto
que multi-avermelhara sua camisa verde-oliva:
vai Sally, ser nazi e gauche na vida

assim que saiu desse sonho
sentia que não poderia mais dançar como antes
não poderia mais desconhecer tompkins square
dado o seu fio viciado de ariadne transformer de youtube
cedeu meth, facebook, kenneth lane, red bull, absolut
admitiu nutrir-se do que mata e poderia morrer
pelo que ampara no peito à título de zueira e símbolo
em troca de hóstia e suástica, em troca de slogan e swàstya-yoga,
em troca de um litro de logan de doze e um amor qualquer que fosse
recolheria hoje seus restos irreconciliáveis
de pessoa física e peri-espírito inquebrantável

Call-me Sally e me desacelere
porque tomei quatro comprimidos e (os) preciso
de férias.

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